A ferver...
Aguardo pacientemente a menina do Expresso. Fiz café de “cafeteira” como a minha avó e a minha mãe fazem. Sinto o aroma distrair-se pela casa, distender-se, aromatizar-me. Sinto-me, pois, segura.
Ela chegará com máquina fotográfica e papel em punho. Julgo que a querer outras palavras e a querer registar mais uma história numa amostra de tantos outros que no final do mês passam recibo, recibo verde.
Trouxe a minha caderneta de recibos. Está protegida num invólucro de plástico. Não quero que as páginas se dobrem, se estraguem e sujem. Guardo-a como se fosse isto que garantisse uma maior segurança profissional. Mesmo sabendo que este preciosismo não me permitirá amparar-me, guardo e protejo-a. A caderneta apresenta um rosto tão imaculado como se a acidez, as incongruências, o desânimo dos dias não tivessem passado por ela.
Ela estará a chegar... Uma das senhoras da limpeza dos condomínios lava as escadas com a abundância de água que não podemos desperdiçar. Torna tudo asseado e elegante como se adivinhasse a sua chegada. Como quem pressente a vinda do compasso pascal. Como desejaria que este compasso que se aglomera, que se envolve em inciativas em catadupa pudesse anunciar uma nova verdade. Como desejaria que este ritmado produzisse consequências efectivas e práticas na vida das pessoas. Decidi, pois, cooperar e expor o que sinto. O café já ferve. E eu aguardo pacientemente. Esta é, talvez, uma das capacidades que adquiri ao fim de alguns anos profissionais: a ferver pacientemente em lume brando
Ela chegará com máquina fotográfica e papel em punho. Julgo que a querer outras palavras e a querer registar mais uma história numa amostra de tantos outros que no final do mês passam recibo, recibo verde.
Trouxe a minha caderneta de recibos. Está protegida num invólucro de plástico. Não quero que as páginas se dobrem, se estraguem e sujem. Guardo-a como se fosse isto que garantisse uma maior segurança profissional. Mesmo sabendo que este preciosismo não me permitirá amparar-me, guardo e protejo-a. A caderneta apresenta um rosto tão imaculado como se a acidez, as incongruências, o desânimo dos dias não tivessem passado por ela.
Ela estará a chegar... Uma das senhoras da limpeza dos condomínios lava as escadas com a abundância de água que não podemos desperdiçar. Torna tudo asseado e elegante como se adivinhasse a sua chegada. Como quem pressente a vinda do compasso pascal. Como desejaria que este compasso que se aglomera, que se envolve em inciativas em catadupa pudesse anunciar uma nova verdade. Como desejaria que este ritmado produzisse consequências efectivas e práticas na vida das pessoas. Decidi, pois, cooperar e expor o que sinto. O café já ferve. E eu aguardo pacientemente. Esta é, talvez, uma das capacidades que adquiri ao fim de alguns anos profissionais: a ferver pacientemente em lume brando