Nº 187
Chego-me perto para ouvir as árvores crescerem em direcção ao céu.
Recorto pensamentos de perplexidade e procuro com eles coser uma nova manta que me faça acreditar que tudo o que vivo é real. Que me envolva no grande sentimento de acreditar que as árvores estão mesmo cá, que os jarros crescem e que há um silêncio que no verão se transformará em dezenas de grilos.
Espero pelos pirilampos, pelas tardes de verão debaixo da pereira e pela água que aquecerá no tanque. Espreito outra vez pela janela, saio e caminho em direcção ao final do quintal. É mesmo verdade. Os jarros estão cá, a pereira existe e o tanque já acumula água.
Abro infinitas vezes a porta de acesso ao exterior só para sentir o frio de Janeiro, para ver a lua cheia e a chuva que vai humedecendo a lenha para a lareira. Abro a porta só para ver as folhas caírem e sentir o conforto do regresso à casa vazia, nua e despida mas repleta de desejos e planos.
Recorto pensamentos de perplexidade e procuro com eles coser uma nova manta que me faça acreditar que tudo o que vivo é real. Que me envolva no grande sentimento de acreditar que as árvores estão mesmo cá, que os jarros crescem e que há um silêncio que no verão se transformará em dezenas de grilos.
Espero pelos pirilampos, pelas tardes de verão debaixo da pereira e pela água que aquecerá no tanque. Espreito outra vez pela janela, saio e caminho em direcção ao final do quintal. É mesmo verdade. Os jarros estão cá, a pereira existe e o tanque já acumula água.
Abro infinitas vezes a porta de acesso ao exterior só para sentir o frio de Janeiro, para ver a lua cheia e a chuva que vai humedecendo a lenha para a lareira. Abro a porta só para ver as folhas caírem e sentir o conforto do regresso à casa vazia, nua e despida mas repleta de desejos e planos.