Canto e lamentação na cidade ocupada
Com ternura, insone, canto.
Com simples flores de angústias,
canto.
Em termos de revolta, crise, sonho,
ergo, à mesa do café vazio e enorme,
meu sonho de viagem sem regresso.
Para enganar a solidão, o medo,
digo palavras, música, esperança.
Canto porque estou vivo e amarrado
à condição de ser fiel e agreste.
Porque em vão nos destroem a memória
com máquinas, rodízios, honorários.
(…)
Canto para saber que vale a pena
ter voz, músculos, nervos, coração.
À mesa do café, nas ruas, canto.
Nos jardins, nos estádios, sofro e canto.
No quarto abandonado, sonho e canto.
Nos pequenos cinemas, rio e canto.
Entre teus braços doces, choro e canto.
(Daniel Filipe, in A invenção do amor e outros poemas)
3 Comentários:
Foto soberba.
Penso ser da Sé, ou pelo menos uma perspectiva dela.
Quanto ao texto...um mimo.
Não conhecia confesso.
Um canto...
Um pranto...
Um desencanto...
Minha'alma não chega a tanto!
Mas um canto...
Qual encanto...
Que desafia ao avanço...
De um olhar onde para sempre me descanço!
Bjos e abraços daqui
Eugénio
wrong answer! É da Torre dos Clérigos. ;)
sim, é da torres dos Clérigos.um olhar sobre o CPF. foi tirada na primeira vez que subi a torre com os meus pais num fim de semana muito significativo.
um abraço,
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